Nas épocas secas, as larvas de carrapato, comumente chamadas de carrapatinhos, carrapatos-pólvora ou micuins, constituem verdadeiro flagelo nas fazendas onde há grande quantidade de animais, sobretudo éguas, e pastos sujos.

Carrapato é o nome genérico dos artrópodes aracnídeos, acarinos, da família dos ixodídeos, cujo corpo forma uma só peça arredondada, com aberturas traqueais na parte posterior e ventral, e hipostômio armado de espinhos. Parasitam os vertebrados terrestres em geral. As fêmeas morrem logo depois de pôr os ovos, de que nascem pequenas larvas de seis patas. Estas, após sugarem sangue de um primeiro hospedeiro, mudam de pele, transformam-se em ninfas de oito patas, sugam um segundo hospedeiro e se transformam em carrapatos adultos.

Entre as espécies mais nocivas distingue-se o carrapato-de-boi (Boophilus microplus), responsável pela transmissão da doença conhecida como tristeza bovina ou babesiose. A espécie que mais persegue o homem, nas fases larvar e adulta, é o carrapato-de-cavalo (Amblyomma cajannense), que também costuma infestar outros mamíferos e aves. Capaz de realizar posturas de até 8.000 ovos, pode transmitir o tifo exantemático ou riquettsiose.

Outra espécie de ocorrência freqüente no Brasil é o carrapato-de-galinha (Argas miniatus), que transmite aos galináceos a bouba, doença infecciosa causada pelo Treponemo pertenue e que determina alterações semelhantes às da sífilis. De porte avantajado, essa espécie só se fixa nas aves o tempo necessário para sugar-lhes o sangue, o que em geral é feito à noite.

Os espécimes adultos do gênero Amblyomma são chamados comumente de carrapatos-estrela, em alusão ao porte que adquirem depois de inchados de sangue. O combate às diferentes espécies é feito por meio de carrapaticidas, que podem ser diluídos na água em que os animais são banhados. O estudo dos carrapatos tem revelado fatos curiosos, como a reprodução agâmica ou partenogenética, já verificada na espécie Amblyomma rotundatum, comum em sapos e cobras do Brasil.